Toda terça-feira é dia de Ivone Pita no site Gay1.
Transcrevo aqui a matéria da semana:
O que acontecerá com @s filh@s de casais “diferentes”?
Não sei o que acontecerá com crianças que serão criadas por casais LGBT, eu sei o que já está acontecendo! A criança criada por pais homossexuais ou transgêneros aprende desde cedo, que é tudo muito natural e, claro a relação com seus pais e/ou mães assim também o é. É a família que ela conhece e ama. Ela não julga, não acha errado, não vê coisa alguma de mais (nem de menos!). Ela tem orgulho del@s e assim é feliz. É como quando temos um pai e uma mãe heterossexuais. E mesmo quem não é filho de casais homossexuais, mas tem um tio, uma tia ou amig@s da família, cresce refletindo sobre a diversidade. Quando pessoinhas desagradáveis – para dizer o mínimo – dizem que a mãe é sapatão e o pai é viado, apontando isso como um demérito, como uma falha, como uma aberração, os pais normalmente explicam tudo direitinho – que o problema é dos outros! – e avisam e preparam os filhos para o que eles vão enfrentar. E quem, na infância ou na adolescência, nunca sofreu pelos amigos dizerem coisas horríveis, inclusive sobre nossos pais? Tudo depende de como somos preparados para o enfrentamento e de como nossos pais nos apóiam. E isso serve para qualquer constituição familiar.
Há apenas algumas décadas havia um grande alarde sobre como filhos de casais inter-raciais enfrentariam tal situação e que este seria um problema imenso. E, então, claro, os conservadores – novamente para dizer o mínimo – de plantão, logo se arvoravam de defensores de todas as crianças do mundo e se posicionavam contra relações inter-raciais. Imagine, então, uma criança negra filha de pais brancos ou uma criança branca filha de pais negros?! Isso seria, certamente, traumático para a criança. Como adultos iriam impor isso a criaturas tão indefesas e que não escolheram isso?! Foram os pais que traçaram tal destino para a pobre criança (Como se todos nós escolhêssemos os pais que queremos ter e jamais sofrêssemos agressões por causa deles e das mais variadas – pais gordos, pais velhos, pais baixos, pais carecas e mais uma infinidade de bobagens). Mas, claro, tais autointitulados baluartes da família “natural” não eram racistas, pensavam somente no bem da criança! Exatamente como fazem agora: eles não têm nada contra os LGBTs, preocupam-se somente com as criancinhas do Brasil. Por isso nos tratam tão bem, com tanto respeito e consideração, a questão é somente a criança. Ora, basta olhar para o que houve nestes anos. Claro que houve agressões por questões de racismo e, ainda hoje, por mais absurdo que seja, ainda acontece, mas todos vão muito bem, obrigada.